quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

SOBRE PASTORES E LOBOS

SOBRE PASTORES E LOBOS
Osmar Ludovico da Silva



Pastores e lobos têm algo em comum: ambos se interessam e gostam de ovelhas, e vivem perto delas. Assim, muitas vezes, pastores e lobos nos deixam confusos para saber quem é quem. Isso porque lobos desenvolveram uma astuta técnica de se disfarçar em ovelhas interessadas no cuidado de outras ovelhas. Parecem ovelhas, mas são lobos.

No entanto, não é difícil distinguir entre pastores e lobos. Urge a cada um de nós exercitar o discernimento para descobrir quem é quem.

Pastores buscam o bem das ovelhas, lobos buscam os bens das ovelhas.

Pastores gostam de convívio, lobos gostam de reuniões.

Pastores vivem à sombra da cruz, lobos vivem à sombra de holofotes.

Pastores choram pelas suas ovelhas, lobos fazem suas ovelhas chorar.

Pastores têm autoridade espiritual, lobos são autoritários e dominadores.

Pastores têm esposas, lobos têm coadjuvantes.

Pastores têm fraquezas, lobos são poderosos.

Pastores olham nos olhos, lobos contam cabeças.

Pastores apaziguam as ovelhas, lobos intrigam as ovelhas.

Pastores têm senso de humor, lobos se levam a sério.

Pastores são ensináveis, lobos são donos da verdade.

Pastores têm amigos, lobos têm admiradores.

Pastores se extasiam com o mistério, lobos aplicam técnicas religiosas.

Pastores vivem o que pregam, lobos pregam o que não vivem.

Pastores vivem de salários, lobos enriquecem.

Pastores ensinam com a vida, lobos pretendem ensinar com discursos.

Pastores sabem orar no secreto, lobos só oram em público.

Pastores vivem para suas ovelhas, lobos se abastecem das ovelhas.

Pastores são pessoas humanas reais, lobos são personagens religiosos caricatos.

Pastores vão para o púlpito, lobos vão para o palco.

Pastores são apascentadores, lobos são marqueteiros.

Pastores são servos humildes, lobos são chefes orgulhosos.

Pastores se interessam pelo crescimento das ovelhas, lobos se interessam pelo crescimento das ofertas.

Pastores apontam para Cristo, lobos apontam para si mesmos e para a instituição.

Pastores são usados por Deus, lobos usam as ovelhas em nome de Deus.

Pastores falam da vida cotidiana, lobos discutem o sexo dos anjos.

Pastores se deixam conhecer, lobos se distanciam e ninguém chega perto.

Pastores sujam os pés nas estradas, lobos vivem em palácios e templos.

Pastores alimentam as ovelhas, lobos se alimentam das ovelhas.

Pastores buscam a discrição, lobos se autopromovem.

Pastores conhecem, vivem e pregam a graça, lobos vivem sem a lei e pregam a lei.

Pastores usam as Escrituras como texto, lobos usam as Escrituras como pretexto.

Pastores se comprometem com o projeto do Reino, lobos têm projetos pessoais.

Pastores vivem uma fé encarnada, lobos vivem uma fé espiritualizada.

Pastores ajudam as ovelhas a se tornarem adultas, lobos perpetuam a infantilização das ovelhas.

Pastores lidam com a complexidade da vida sem respostas prontas, lobos lidam com técnicas pragmáticas com jargão religioso.

Pastores confessam seus pecados, lobos expõem o pecado dos outros.

Pastores pregam o Evangelho, lobos fazem propaganda do Evangelho.

Pastores são simples e comuns, lobos são vaidosos e especiais.

Pastores têm dons e talentos, lobos têm cargos e títulos.

Pastores são transparentes, lobos têm agendas secretas.

Pastores dirigem igrejas-comunidades, lobos dirigem igrejas-empresas.

Pastores pastoreiam as ovelhas, lobos seduzem as ovelhas.

Pastores ajudam as ovelhas a seguir livremente a Cristo, lobos geram ovelhas dependentes e seguidoras deles.

Pastores constroem vínculos de interdependência, lobos aprisionam em vínculos de co-dependência.






Os lobos estão entre nós e é oportuno lembrar-nos do aviso de Jesus Cristo: “Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são devoradores (Mateus 7:15).




COMO SER UM GRANDE TEÓLOGO


Como Ser um Grande Teólogo
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto
 
  





Dr. Martinho Lutero
Teólogo Reformador



1. Oração.

Por essa razão você deveria se desesperar com sua sabedoria e razão; pois com essas não adquirirá nada, mas por sua arrogância lançará a si mesmo e a outros no abismo do inferno, como fez Lúcifer. Ajoelhe-se em seu quarto e peça a Deus em verdadeira humildade e seriedade para que lhe conceda a verdadeira sabedoria.

2. Meditação.

Em segundo lugar, você deveria meditar, não somente em seu coração, mas também em alta voz, na Palavra oral e nas palavras expressas que estão escritas no Livro, as quais você deve sempre considerar e reconsiderar, e ler e reler com diligente atenção e reflexão, para ver o que o Espírito Santo quis dizer através delas.

E cuidado para não se cansar disso, pensando que já leu o suficiente se tiver lido, ouvido ou dito uma ou duas vezes e entendido perfeitamente. Pois nenhum grande teólogo é feito dessa forma, mas aqueles (que não estudam) são como fruto verde que cai antes de amadurecer. Por essa razão, veja que no Salmo 119 Davi está sempre dizendo que falaria, meditaria, declararia, cantaria, ouviria e leria, dia e noite, para sempre, nada menos que a Palavra de Deus somente e os mandamentos de Deus.

Pois Deus não propôs dar o Seu Espírito sem a Palavra externa. Seja guiado por ela! Não é em vão que Ele ordena escrever, pregar, ler, ouvir, cantar e declarar a Sua Palavra externa.


3. Tentação.

Em terceiro lugar, há a tentatio, isto é, a prova. Essa é a verdadeira pedra de toque que lhe ensina não somente a conhecer e entender, mas também a experimentar quão verdadeira, sincera, doce, amorosa, poderosa e confortadora é a Palavra de Deus, sendo a sabedoria acima de toda sabedoria. Assim, você vê como Davi no Salmo já mencionado reclama sobre todos os tipos de inimigos, príncipes ímpios e tiranos, falsos profetas e facções, os quais deve suportar, pois sempre medita, isto é, lida com a Palavra de Deus em cada modo possível, como declarado. Pois tão logo a Palavra de Deus produz fruto através de você, o diabo lhe perturbará, fará de você um professor de verdade, e lhe ensinará mediante a tribulação a buscar e amar a Palavra de Deus. Pois eu mesmo – se permitirem que expresse minha humilde opinião – devo agradecer aos meus papistas grandemente por tanto me atribular, afligir e aterrorizar pela fúria do diabo, pois fizeram de mim um teólogo suficientemente bom, o que de outra forma nunca teria me tornado.


4. Humildade.

Então (a saber, se você seguir a regra de Davi exibida no Salmo 119), você descobrirá quão superficiais e indignos parecerão os escritos dos Pais, e condenará não somente os livros dos oponentes, mas também ficará cada vez menos satisfeito com sua própria escrita e pregação. Se tiver chegado nesse estágio, você pode esperar com certeza ter começado a ser um teólogo de verdade, alguém que é capaz de ensinar não somente aos jovens e iletrados, mas também aos cristãos maduros e bem instruídos.

Pois a Igreja de Cristo inclui todo o tipo de cristãos – jovens, velhos, fracos, doentes, saudáveis, fortes, agressivos, indolentes, tolos, sábios, etc. Mas caso você se considere instruído e imagine que já alcançou o objetivo e orgulha-se dos seus tratados, ensinos e escritos, como tens trabalhado maravilhosamente e pregado de forma fantástica, e se você fica muitíssimo satisfeito porque as pessoas lhe elogiam diante de outros, e deve ser elogiado ou de outra forma ficará desapontado ou se sentirá desesperado – caso importe-se com isso, meu amigo, apenas agarre as suas orelhas, e se agarrar corretamente, achará um belo parte de grandes, longas e ásperas orelhas de burro.

Então vá mais adiante e adorne-se com sinos de ouro, para que as pessoas possam ouvi-lo onde quer que vá, apontando admiradas com o dedo para você e dizendo: “Eis, vejam, é aquele homem maravilhoso que pode escrever excelentes livros e pregar tão extraordinariamente!”. Então certamente você será abençoado, sim, mais que abençoado, no reino “do céu”; na verdade, naquele reino no qual o fogo do inferno foi preparado para o diabo e os seus anjos!… Nesse Livro, a glória de Deus somente é apresentada, e diz:

Deus superbis resistit, humilibus autem dat gratium. Cui est gloria in secula seculerum [Deus resiste ao soberbo, mas dá graça ao humilde. A Ele seja glória para sempre e sempre]. Amém.



Fonte: http://www.pristinegrace.org/ - disponível também no site: http://www.monergismo.com.br




sexta-feira, 29 de outubro de 2010

DILEMA DE UM CORAÇÃO APAIXONADO (versão sintetizada)

A estatística do BLOG informa que o presente artigo tem alcançado um grande número de acessos pelo Google e Orkut. Por esse motivo, estou republicando uma versão sintetizada (a versão completa foi publicada em março de 2008 no BLOG, e no Jornal Esperança em 2009. 


DILEMA DE UM CORAÇÃO APAIXONADO
(versão revista, corrigida e sintetizada)



Pb. Carlos Rogério Alves
Bacharel em Teologia 


Como é gostoso estar apaixonado! Um suspiro ao lembrar da pessoa amada, um friozinho na barriga quando ouvimos sua voz, sem falar que, quando estamos apaixonados, a voz de nosso amor soa como música aos nossos ouvidos. A paixão tem a virtude de transformar o mais insensível dos mortais numa pessoa meiga e delicada. Pois sem percebermos, a paixão nos agarra com seus braços flamejantes. Conseqüências? Ora... Começamos a rir à toa, dançar sem música e até a cantar para todo mundo ouvir. Ah! Um coração apaixonado é tão bobo!

Quão maravilhoso seria se fossemos apaixonados na nossa devoção a Deus. É comum cantarmos nos momentos de louvores em nossas comunidades, belas músicas cujas letras declaram frases do tipo: “quero me apaixonar outra vez”; “apaixonado por você Senhor estou”, dentre outras. Não obstante, na prática não é verdadeira essa devoção apaixonada. Pois, se estamos apaixonados por Deus, por que passamos tão pouco tempo em sua presença? Se estamos apaixonados por Deus, por que conversamos tão pouco com ele? Quando nos apaixonamos por alguém, ansiamos estar na presença da pessoa amada. 


O apaixonado jamais fingirá indiferença pela pessoa amada. Quem está apaixonado não vive mais para si próprio, e sim, para quem ele ama. É fácil falar que estamos apaixonados por Deus, mas, ao observar o nosso comportamento, chego à infeliz conclusão de que somos muito indiferentes para com o Senhor. Se somos apaixonados por Deus, por que somos tão apáticos ao falar dele para nossos amigos? Se somos apaixonados por Deus, por que não o defendemos quando pessoas o ridicularizam? Defender a seleção Brasileira com eloqüência e entusiasmo é considerado uma atitude de paixão pela camisa canarinha, todavia, defender o nome de Deus como se estivesse defendendo a própria honra, é tido como fanatismo. Será, meu caro leitor, que o que você sente por Deus realmente é paixão?

Um sorriso desconsertado, um brilho no olhar, um gesto de carinho... são algumas das atitudes indeléveis no comportamento do apaixonado. O apaixonado vive tentando provar o seu amor para a pessoa amada. Quando estamos apaixonados não importa o que os outros pensem de nós. O que importa mesmo é viver para agradar a pessoa desejada, podendo até fazer coisas inusitadas, por este motivo, o apaixonado é visto como um louco.

Talvez, além dos sintomas supracitados, você esteja rindo à toa, com falta de atenção... e por falar nisso, é bem provável que você nem esteja prestando atenção nesta narrativa. Se isto estiver acontecendo, não fique preocupado, abra um sorriso, e seja bem vindo ao Clube dos apaixonados!

Preste atenção do que vou te falar. É muito gostoso se apaixonar, ter alguém para compartilhar seus sentimentos e trocar gestos de amor e carinho. Porém, maravilhoso é ser correspondido pela pessoa amada. Queria te dizer que existe uma pessoa que é caidona por você, essa pessoa só vive te observando, mesmo sem você perceber. Essa pessoa encanta-se todas as vezes que você dá um sorriso e pára tudo o que está fazendo somente para ouvir a sua voz. Você não sabe disso, mas essa pessoa às vezes até chora, esperando que você possa corresponder a esse amor.

Essa pessoa é Deus. Isso mesmo! Deus é apaixonado por você. Ele te manda flores em toda primavera, te ilumina com o brilho do sol, além de embelezar suas noites com o glamour das estrelas. Todos os dias ele está a gritar: - estou apaixonado por você, vamos marcar um encontro no fim de semana? E você responde: - não posso Senhor, estarei ocupado(a), e durante a semana estarei empenhado(a) no trabalho e nos estudos, sem falar que no tempo de folga marquei para sair com os amigos. Infelizmente não tenho tempo, deixa para outra oportunidade, tudo bem?

E com essa atitude você mostra muita indiferença com a pessoa que te ama com o maior amor do universo. PENSE NISSO.

A GRAÇA DE DEUS

A GRAÇA DE DEUS



Pb. Carlos Rogério Alves
Bacharel em Teologia





Costumamos dizer que o nosso Deus é o "Deus de toda graça", e que estamos vivendo na dispensação da graça de Deus. Estamos corretos, porém, qual é o significado da palavra graça?

Etimologicamente, a palavra graça vem do latim, gratia, cujo significado vem a ser favor imerecido, ou seja, aquilo que recebemos sem merecermos. No contexto bíblico, a palavra - graça - tem um significado mais profundo:

No antigo testamento a palavra graça, no hebraico, é chen, da raiz chanan. Com o sentido de curvar-se ou inclinar-se em bondade para com um inferior.

No novo testamento a palavra graça é oriunda da palavra charis (pronuncia-se Karis), da mesma raiz de chara (pronuncia-se kará), que significa "alegria", e chairo, "regozijar". Diante destes termos, compreendemos que charis (graça) causa regozijo, pois significa favor e bençãos imerecidos.

Observe, caro leitor, que a graça nunca poderá ser uma benção que um individuo possa adquirir por seu próprio direito. Afinal, graça é Deus demonstrando tão somente amor e misericórdia, quando merecíamos somente ira e castigo.

Tive a oportunidade de conhecer a graça de Deus na minha infância.  Lembro-me como se fosse hoje. Estava com oito anos de idade, quando, numa certa tarde, carreguei meu irmão, que nesta época tinha meses de nascido, e fomos brincar no andar inferior da casa. Ao descer as escadas, perdi o equilíbrio, e desci rolando escada abaixo. Lembro-me de ter segurado o meu irmão bem forte, antes de parar no ultimo degrau. Nesta hora a vizinhança compareceu em peso na frente da nossa residência, depois de ouvir os gritos desesperados de minha mãe: "meus filhos morreram!". 

Meu pai, com um olhar estupefato, não teve reação. Quando de repente, meu irmão começou a gatinhar, e eu, miraculosamente, levantei-me sem nenhum arranhão! Ainda trêmulo, devido ao susto, me dirigi à minha mãe com as seguintes palavras, embora de forma gaguejante: mãe, eu vi Jesus me segurando.

As pessoas que ouviram isso, poderiam interpretar como fantasia de uma mente infantil, se não fosse o fato dos mesmos terem presenciado o momento após a queda, e o fato de não termos sofrido nenhum arranhão, muito menos fraturas no corpo. 

Atribuo este fato à graça de Deus na minha vida. Eu e minha família ainda não tinhamos passado pela experiência da conversão, não obstante, o Deus verdadeiro, me prestou o seu favor imerecido, para que o nome do Senhor Jesus fosse glorificado. Bendito é o homem que acha graça aos olhos de Deus.


SOLI DEO GLORIA!




domingo, 26 de setembro de 2010

JUBILEU DE PRATA DE MINHA EXISTÊNCIA


Salvador, 23 de setembro de 2010.

Primavera combina com flores, por isso, ao nascer neste dia, aprendo que a cada aniversário, tenho a oportunidade de florescer, amadurecer e tornar-me um homem apaixonado pela vida. Ao fazer uma releitura e recapitulação da minha vida, meu coração palpita de emoção ao memorar cada momento que vivi, cada medo que senti, cada erro que cometi, cada amor que conheci, e finalmente, cada alegria que transmiti.

Não posso celebrar o dia do meu nascimento, sem tributar honras, glorias e louvores, à Jesus, meu Rabone, autor e consumador da minha fé. Pois foi Ele que nunca permitiu que noites impedissem o nascer do sol em minha vida.

Neste dia sinto-me mais sensível e espiritual. Pois, é o momento em que, com maior intensidade, reflito sobre minha missão aqui nessa terra. Enquanto aqui estiver, quero poder cumprir a vocação pela qual o Cristo, do qual sou servo e amigo, me confiou.


Balanço aos 25 anos


A) Sou Homem

O menino que há em mim, está arrumando a moradia de sua existência para a chegada do homem, o qual Deus tem me preparado para ser. Não obstante, não esquecerei a canção que esse menino aprendeu a cantar. A canção da simplicidade, da humildade, da sensibilidade e da felicidade. Para aprender as notas e melodias da canção dessa existência, muitos erros cometi, dos quais não me envergonho, pois em cada tropeço, aprendi a caminhar. Se hoje valorizo as virtudes da vida, tais como: caráter, educação e bom testemunho, é por que as falhas que cometi me ensinaram o valor do caráter de um homem de bem.

B) Sou Teólogo

Sou homem e teólogo. Concordo plenamente com Gutiérrez, pois, acredito que nem sempre terei inspiração para escrever uma poesia, não obstante, a teologia sempre foi, e sempre será a minha carta de amor para Deus, para a igreja, e para o povo o qual eu sirvo como presbítero. É justamente nessa releitura da minha vida, que sempre entro numa crise, pois, se não sei com profundidade quem eu sou, como poderei ensinar quem Deus é? A teologia me ensinou o valor da vida e do mundo, olhando pela perspectiva do Cristo da Fé. Cada noite de reflexão, ao ser perturbado com temas que giram em torno da existência e da fé, cada experiência vivida e experimentada com o Deus vivo, me deixaram totalmente apaixonado por essa vocação o qual abracei e tenho seguido com lealdade. Tudo isso foi possível ao ser agraciado por essa experiência mística, que eu chamo de conversão. Se necessário, faria tudo de novo, pois, experimentar Deus é uma experiência inefável! Deus tem gosto de fé. E Sempre que o experimento, minha alma é nutrida com fé, amor e esperança.

C) Sou Cristão

Sou homem, sou teólogo e sou cristão. Antes de ser homem, fui menino, antes de ser teólogo fui discipulado e seminarista, porém, algo que não renuncio na minha vida é minha cristandade. Nos dias hodiernos muitas pessoas da mídia tem se denominado como evangélicas, não obstante, cometem graves distorção de caráter e conduta as quais nunca seriam conhecidas ou reconhecidas pelo Cristo da Fé. Por esse motivo, renuncio ser chamado de evangélico! Quero simplesmente ser conhecido e reconhecido como Cristão. Quando assumo a minha cristandade, estou me identificando com o Jesus do Calvário, estou publicamente assumindo uma aliança com o Cristo da Fé, o qual transformou e marcou a minha vida. Sou Cristão, pois creio na morte e ressurreição do mestre e Sua palavra é a minha única regra de fé e prática. O Cristianismo me ensinou que embora Deus sendo um mistério absoluto, o mesmo torna-se uma realidade infinita em Jesus Cristo. E como Cristão posso tornar esse Cristo imanente e vivo para a fé daqueles que lêem a minha vida como um livro de conduta cristã.

D) Sou Servo de Jesus Cristo

Finalmente, neste balando dos meus 25 anos de vida, chego à feliz conclusão de quem realmente eu sou. Sou homem, sou teólogo, sou cristão, e por fim, sou servo de Jesus Cristo. Antes de fazer qualquer análise sobre o Cristo da fé, confesso que Jesus Cristo é o meu Senhor. Por este fato, devo lealdade, submissão e servidão a este Senhor gracioso. Submeto-me ao Senhorio de Cristo, e o sirvo de forma livre e consciente. Confesso que não sou um cristão perfeito, se é que na presente vida terrena, poderemos alcançar essa perfeição. Sou um homem, que embora tenha a sua confissão de fé girando em torno do Cristo Vivo, muitas vezes erro, falho ou deslizo, não obstante, nunca renunciei a minha fé, nunca troquei o Senhorio de Cristo por outro senhor. Passei muitas dificuldades na vida, e nesse momento Cristo Jesus esteve ao meu lado para me prover. Passei por diversos apuros, mas foi Ele que me protegeu. NA infância sofri dois acidentes que custariam minha vida, se não fosse o Cristo Camarada, que guerreasse com o inferno em prol de minha vida. Hoje sou o que sou, pela graça de Cristo, se é que sou alguma coisa. Alias, com Cristo sou tudo, e sem Ele sou nada.



SOLI DEO GLORIA!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Aos visitantes deste BLOG

AOS VISITANTES DESTE BLOG:


"Todo aquele que ler estas explanações, quando tiver certeza do que afirmo, caminhe lado a lado comigo; quando duvidar como eu, investigue comigo; quando reconhecer que foi seu o erro, venha ter comigo; se o erro for meu, chame minha atenção. Assim haveremos de palmilhar juntos o caminho da caridade em direção àquele de quem está dito: Buscai sempre a Sua face."
Agostinho de Hipona

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

CRISTOLOGIA






CRISTOLOGIA
QUEM É JESUS?

Pb. Carlos Rogério Alves
Bacharel em Teologia

Neste presente artigo, passaremos a analisar e discutir sobre um personagem que há milênios tem chamado a atenção de estudiosos. Embora muitos tenham opiniões divergentes sobre Ele, neste ponto, todos concordam: Este personagem revolucionou o mundo! Quem é ele? Jesus de Nazaré, o Cristo de Deus.


Historicamente não há outro personagem que influenciou o mundo como Jesus Cristo. Os seus ensinos, a sua filosofia de vida, o seu caráter, enfim, Tudo que vem dele nos influencia até hoje. Analisando ente contexto nos vem a pergunta: Quem é Jesus Cristo, e o Que precisamos saber sobre ele? Ele é Homem? É Deus? Ou seria Ele homem e Deus ao mesmo tempo?


É muito importante para compreendermos a Cristologia analisarmos as duas naturezas de Cristo, a Humana e a Divina.


A DIVINDADE DE CRISTO

Há quem diga que nós atribuímos divindade a Cristo simplesmente para justificar a nossa adoração a Ele. Mas vejamos o que Jesus dizia de si próprio: Jo 16.28; Mt 18.20; Ap 1.8. Ao analisarmos todo o contexto do Novo Testamento percebemos que frequentemente são atribuídos atributos e nomes divinos à Cristo. (Jo 1.15; Jo 8.58; Jo 17.5,24).
O Teólogo Henry Clarence Thiessen diz que existem cinco atributos apresentados em Jesus Cristo que servem como provas cabais da sua divindade, são eles: eternidade, onipresença, onisciência, onipotência e imutabilidade. Mas em que local da Bíblia encontramos respaldo para esses atributos?

  • Eternidade - Hb 1.5-11; 13.8
  • Oniresença - Jo 3.13; Mt 18.20; 28.20
  • Onisciência – Jo 1.49; Lc 6.8; 11.17; Jo 6.66
  • Onipotência – Ap 1.8; Jo 5.19, Mt 28.18
  • Imutabilidade – Hb 13.8; 1.12

O professor Benjamin Breckenridge Warfield expressa a dinvidade de Cristo da seguinte maneira:

“Nossa convicção da divindade de Cristo repousa não apenas em passagens das Escrituras que a afirmam, mas também sobre toda nossa impressão do mundo”. Ou talvez: “Nossa convicção repousa tanto sobre as afirmações das Escrituras como sobre sua completa manifestação”. Ambas as linhas de evidência são válidas e, quando misturadas, formam uma corda inquebrantável. Os textos-prova e as passagens comprovam que Jesus era considerado divino por aqueles que viviam com Ele; que Ele mesmo afirmava ser divino: era conhecido como divino por aqueles que eram ensinados pelo Espírito; que, enfim, Ele era divino. Mas além e acima dessa evidência bíblica, a impressão que Jesus deixou sobre o mundo dá testemunho independente de sua divindade e pode muito bem ser que, para muitas mentes, isso possa parecer a evidência mais conclusiva de todas. Certamente, é bastante convincente e impressionante.


Martinho Lutero disse: “ Adote a visão de Jesus como homem e você descobrirá que ele é Deus”. Passemos agora a analisar a humanidade de Jesus Cristo e vejamos se Lutero estava com a razão.


A HUMANIDADE DE CRISTO

"E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados. Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor, pelo profeta, que diz; Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, E chamá-lo-ão pelo nome de EMANUEL, Que traduzido é: Deus conosco. E José, despertando do sono, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua mulher. E não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe por nome Jesus." - MT. 1.21-25


Os evangelhos nos relatam o nascimento de Jesus Cristo, provando a sua humanidade, mas como pode uma pessoa ser homem e Deus ao mesmo tempo?


O Teólogo e Professor Myer Pearlman nos esclarece essa questão citando o erudito Martin J. Scott:

“Como todos os cristãos sabem, a encarnação significa que Deus (isto é, o filho de Deus) se fez homem. Isso não quer dizer que Deus se tornou homem, nem que Deus cessou de ser Deus e começou a ser homem; mas que, permanecendo como Deus, ele assumiu ou tomou uma natureza nova, a saber, a humana, unindo esta à natureza divina no ser ou na pessoa Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.” ( Perlman, 2001 pg)

Existem várias passagens nos evangelhos provando a humanidade de Jesus:
  • Convívio Social - Jo 2.12
  • Necessidades físicas (tais como: sede e cansaço) - Jo 2.12
  • Chorou - Jo 11.33-35
Tomando como base as duas naturezas de Jesus Cristo (divina e humana), convido os meus amados leitores para uma reflexão teológica:


o Apóstolo João diz:
“...O Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus...” (Jo 1.1)

“...E o Verbo se fez carne e habitou entre nós...” ( Jo 1.14)

Neste texto João mostra que o verbo pré-existente assume a natureza humana, é o que o teólogos chamam de encarnação do Verbo. A Bíblia diz que nós somos pecadores, ou seja, herdamos o pecado original de Adão. Quando Jesus Cristo, o verbo encarnado, assume a natureza humana, o mesmo herda o pecado adâmico? Pois sabemos que todo ser humano está ligado à Adão por nascimento, eis a razão de nascermos com a natureza pecadora. Mas será que ao assumir a humanidade Jesus Cristo recebeu a hereditariedade do Pecado de Adão?

Jesus Cristo apesar de verdadeiro homem não possui pecado, pois deve ficar claro que o seu nascimento é virginal, Não estando ligado a Adão por nascimento. Eis o motivo de em todos os credos ser enfatizado o nascimento virginal de Jesus Cristo.
Ao estudar este nobre assunto que é a Cristologia, pude perceber que na História da Igreja do Novo testamento tem se levantado diversos ponto de vista sobre a pessoa de Jesus, ou seja várias cristologias. Por isso foi preciso vários concílios para estabelecer a verdadeira doutrina bíblica sobre Jesus.

CRISTOLOGIAS HERÉTICAS


  1. Docetismo
*Produto de um tipo primitivo de filosofia Gnóstica; 1º século

*Da palavra grega dokeo, "parecer, aparentar"
*Ensino distintivo: Cristo simplesmente parecia humano, um fantasma ou aparência de alguma espécie, Sua aparência física não era real.

2. Ebionismo (2º século)
*Negação da Deidade de Cristo.

3. Monarquianismo (Sabelianismo, Modalistas, Patripassianismo; 3º século)
* Deus existe em três modos diferentes (Pai, Filho, Espírito Santo), mas somente de um modo por vez.

4. Monarquianismo (Sabelianismo, Modalistas, Patripassianismo; 3º século)
*Deus existe em três modos diferentes (Pai, Filho, Espírito Santo), mas somente de um modo por vez.

5. Arianismo (início do 4º século; moderna Testemunhas de Jeová)
*Negação da Deidade de Cristo; Cristo é o mais o alto de todos seres criados
*Condenado pelo Concílio de Nicéia, 325

6. Apolinarianismo (4º século)
*Jesus tinha um corpo, mas este não era de forma alguma como o nosso
*Condenado pelo Concílio de Constantinopla, 381

7. Nestorianismo (5º século)
*Grande ênfase no fato do corpo físico de Jesus

*Uma reação ao Apolinarianismo

*Condenado pelo Concílio de Éfeso, 431

8. Eutiquianismo (Monofisismo; 5º século)
*Uma confusão da deidade e humanidade de Jesus, a combinação produziu uma natureza totalmente diferente

*Condenado pelo Concílio de Calcedônia, 451

9. Socinianismo (final do 16º século; moderno Unitarianismo)
*Negação da Deidade de Cristo

10. Mormonismo
*Cristo é o “filho espiritual de Deus”
*Cristo é “um Deus” mas não com plena deidade no sentido Trinitariano

11. Ciência Cristã
*Cristo não teve um corpo real
*Jesus e o Cristo são pessoas distintas

12. O Caminho Internacional
*Negação da Deidade de Cristo

13. Protestantismo Liberal
*Basicamente Sociniano
* Várias teorias de "kenosis" (doutrina que ensina que Jesus renunciou sua natureza divina para se tornar homem).

Podemos observar irmãos que existem diversas ideologias e até especulações sobre a pessoa de Jesus Cristo. Mas qual delas estaria certa, ou melhor qual deve ser a Cristologia verdadeira? Para explicar isso gostaria de expor para todos o Credo Apostólico e o Credo de Niceno, onde encontramos uma confissão de fé genuinamente evangélica e ortodoxa.


“Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao Céu; está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos”. Credo Apostólico, 2º parágrafo 


“Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado não criado, consubstancial ao Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas.


E, por nós, homens, e para a nossa salvação, desceu dos céus, e encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as escrituras; E subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai. E de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim”. - Credo Niceno, 2º parágrafo 



Não nos resta dúvida que em Cristo Jesus Deus se revela a humanidade e cumpre sua obra redentora, concluímos, portanto, com a citação de Blaise Pascal:

“Jesus é um Deus de quem podemos aproximar-nos sem orgulho e diante de quem podemos humilhar-nos sem desespero”.

SOLI DEO GLÓRIA.