sexta-feira, 27 de junho de 2008

Análise do Pacto de Lausane

Análise do
PACTO DE LAUSANE


Pb. Carlos Rogério Alves
Bacharel em Teologia



O Pacto de Lausanne foi um grande congresso mundial de evangélicos que ocorreu em 1974 em Lausana, na Suíça, onde foi criado um comitê mundial das igrejas evangélicas. Lideres evangélicos se reuniram e assinarm o referido pacto. A partir desse momento abriu-se uma porta para o dialogo cultural entre as igrejas. Na presente dissertação, portanto, analisaremos os capítulos 11, 12 e 14 do Pacto de Lausane à luz do contexto doutrina, moderação, paciência e juízo, traçando em seguida um paralelo com o capitulo 17 do Evangelho de João.

“Confessamos que às vezes temos nos empenhado em conseguir o crescimento numérico da igreja em detrimento do espiritual, divorciando a evangelização da edificação dos crentes[...]”. (Art. 11)

Diante de tal afirmativa que reza o art. 11 do pacto em apreço, sentimos a necessidade iminente em refletir que tipo de cristianismo está sendo vivido nas igrejas hoje, e qual tem sido o papel dela neste mundo. Realmente a grade preocupação das igrejas hoje tem sido atrair novos membros para suas comunidades, porém ao invés de evangelismo e discipulado, usa-se recursos variados de marketing, métodos estes, muito usados nas empresas modernas, que aderem ao marketing de rede. Quero que fique claro que não tenho nada contra o marketing, nem à novas estratégias que visem atrair as pessoas para a igreja, até porque as estratégias, inclusive de marketing é eficiente no processo de evangelização, desde que seja usado com sabedoria. Aqui entra a questão da moderação. Pois quando a igreja exerce a sua função de sal e luz neste mundo, evangelizando e discipulando, entregando pessoas regeneradas à esta sociedade perversa, está entendendo a proposta do evangelho. Quando a igreja prioriza o crescimento numérico ao invés do espiritual ela está doente.

“Cremos que estamos empenhados num permanente conflito espiritual com os principados e postestades do mal, que querem destruir a igreja e frustrar sua tarefa de evangelização mundial [...]”. (Art. 12)

É imprescindível que ao nos emprenhamos no labor da obra missionária, tenhamos em mente que se trata de um conflito espiritual. Pois como ministros de Deus, trabalhando em favor do Reino da Luz, resgatamos vidas das mãos de satanás, tirando-as do reino das trevas. Com isto, as potestades do mal farão de tudo para impedir esta obra.
“Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do Mal”. (Jo 17.15).

Sabedor desta grande verdade, Jesus na sua oração intercessória, roga ao Pai que livrasse seus discípulos do mal. Não obstante a todos estes conflitos espirituais que a igreja missionária está sujeita, prefiro ficar com as palavras de Jesus: “Sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”.

Ao analisar o Art. 14 do Pacto de Lausane, gostaria de colocá-lo na integra, pois considero o artigo áureo do referido pacto.
“Cremos no poder do Espírito Santo. O pai enviou o seu Espírito para dar testemunho do seu Filho. Sem o testemunho dele o nosso seria em vão. Convicção de pecado, fé em Cristo, novo nascimento cristão, é tudo obra dele. De mais a mais, o Espírito Santo é um Espírito missionário, de maneira que a evangelização deve surgir espontaneamente numa igreja cheia do Espírito. A igreja que não é missionária contradiz a si mesma e debela o Espírito. A evangelização mundial só se tornará realidade quando o Espírito renovar a igreja na verdade, na sabedoria, na fé, na santidade, no amor e no poder. Portanto, instamos com todos os cristãos para que orem pedindo pela visita do soberano Espírito de Deus, a fim de que o seu fruto todo apareça em todo o seu povo, e que todos os seus dons enriqueçam o corpo de Cristo. Só então a igreja inteira se tornará um instrumento adequado em Suas mãos, para que toda a terra ouça a Sua voz.”
Doutrinariamente este artigo torna-se um dos principais fundamentos da nossa convicção como igreja missionária. Pois a igreja para ser bem sucedida no labor missionário, a mesma precisa, ou melhor, DEPENDE do poder do Espirito Santo. Tanto é que a ordem do Senhor para sua igreja foi que os cristãos permanecessem em Jerusalém, até que do alto fossem revestidos de poder. A igreja precisa rever no seu contexto missionário a doutrina do Espirito Santo, este agente divino, a terceira pessoa da trindade que concede poder à igreja para que esta tenha autoridade, intrepidez e ousadia ao testemunhar de Cristo Jesus.



Soli Deo Glória!

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