sexta-feira, 27 de agosto de 2010

CRISTOLOGIA






CRISTOLOGIA
QUEM É JESUS?

Pb. Carlos Rogério Alves
Bacharel em Teologia

Neste presente artigo, passaremos a analisar e discutir sobre um personagem que há milênios tem chamado a atenção de estudiosos. Embora muitos tenham opiniões divergentes sobre Ele, neste ponto, todos concordam: Este personagem revolucionou o mundo! Quem é ele? Jesus de Nazaré, o Cristo de Deus.


Historicamente não há outro personagem que influenciou o mundo como Jesus Cristo. Os seus ensinos, a sua filosofia de vida, o seu caráter, enfim, Tudo que vem dele nos influencia até hoje. Analisando ente contexto nos vem a pergunta: Quem é Jesus Cristo, e o Que precisamos saber sobre ele? Ele é Homem? É Deus? Ou seria Ele homem e Deus ao mesmo tempo?


É muito importante para compreendermos a Cristologia analisarmos as duas naturezas de Cristo, a Humana e a Divina.


A DIVINDADE DE CRISTO

Há quem diga que nós atribuímos divindade a Cristo simplesmente para justificar a nossa adoração a Ele. Mas vejamos o que Jesus dizia de si próprio: Jo 16.28; Mt 18.20; Ap 1.8. Ao analisarmos todo o contexto do Novo Testamento percebemos que frequentemente são atribuídos atributos e nomes divinos à Cristo. (Jo 1.15; Jo 8.58; Jo 17.5,24).
O Teólogo Henry Clarence Thiessen diz que existem cinco atributos apresentados em Jesus Cristo que servem como provas cabais da sua divindade, são eles: eternidade, onipresença, onisciência, onipotência e imutabilidade. Mas em que local da Bíblia encontramos respaldo para esses atributos?

  • Eternidade - Hb 1.5-11; 13.8
  • Oniresença - Jo 3.13; Mt 18.20; 28.20
  • Onisciência – Jo 1.49; Lc 6.8; 11.17; Jo 6.66
  • Onipotência – Ap 1.8; Jo 5.19, Mt 28.18
  • Imutabilidade – Hb 13.8; 1.12

O professor Benjamin Breckenridge Warfield expressa a dinvidade de Cristo da seguinte maneira:

“Nossa convicção da divindade de Cristo repousa não apenas em passagens das Escrituras que a afirmam, mas também sobre toda nossa impressão do mundo”. Ou talvez: “Nossa convicção repousa tanto sobre as afirmações das Escrituras como sobre sua completa manifestação”. Ambas as linhas de evidência são válidas e, quando misturadas, formam uma corda inquebrantável. Os textos-prova e as passagens comprovam que Jesus era considerado divino por aqueles que viviam com Ele; que Ele mesmo afirmava ser divino: era conhecido como divino por aqueles que eram ensinados pelo Espírito; que, enfim, Ele era divino. Mas além e acima dessa evidência bíblica, a impressão que Jesus deixou sobre o mundo dá testemunho independente de sua divindade e pode muito bem ser que, para muitas mentes, isso possa parecer a evidência mais conclusiva de todas. Certamente, é bastante convincente e impressionante.


Martinho Lutero disse: “ Adote a visão de Jesus como homem e você descobrirá que ele é Deus”. Passemos agora a analisar a humanidade de Jesus Cristo e vejamos se Lutero estava com a razão.


A HUMANIDADE DE CRISTO

"E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados. Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor, pelo profeta, que diz; Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, E chamá-lo-ão pelo nome de EMANUEL, Que traduzido é: Deus conosco. E José, despertando do sono, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua mulher. E não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe por nome Jesus." - MT. 1.21-25


Os evangelhos nos relatam o nascimento de Jesus Cristo, provando a sua humanidade, mas como pode uma pessoa ser homem e Deus ao mesmo tempo?


O Teólogo e Professor Myer Pearlman nos esclarece essa questão citando o erudito Martin J. Scott:

“Como todos os cristãos sabem, a encarnação significa que Deus (isto é, o filho de Deus) se fez homem. Isso não quer dizer que Deus se tornou homem, nem que Deus cessou de ser Deus e começou a ser homem; mas que, permanecendo como Deus, ele assumiu ou tomou uma natureza nova, a saber, a humana, unindo esta à natureza divina no ser ou na pessoa Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.” ( Perlman, 2001 pg)

Existem várias passagens nos evangelhos provando a humanidade de Jesus:
  • Convívio Social - Jo 2.12
  • Necessidades físicas (tais como: sede e cansaço) - Jo 2.12
  • Chorou - Jo 11.33-35
Tomando como base as duas naturezas de Jesus Cristo (divina e humana), convido os meus amados leitores para uma reflexão teológica:


o Apóstolo João diz:
“...O Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus...” (Jo 1.1)

“...E o Verbo se fez carne e habitou entre nós...” ( Jo 1.14)

Neste texto João mostra que o verbo pré-existente assume a natureza humana, é o que o teólogos chamam de encarnação do Verbo. A Bíblia diz que nós somos pecadores, ou seja, herdamos o pecado original de Adão. Quando Jesus Cristo, o verbo encarnado, assume a natureza humana, o mesmo herda o pecado adâmico? Pois sabemos que todo ser humano está ligado à Adão por nascimento, eis a razão de nascermos com a natureza pecadora. Mas será que ao assumir a humanidade Jesus Cristo recebeu a hereditariedade do Pecado de Adão?

Jesus Cristo apesar de verdadeiro homem não possui pecado, pois deve ficar claro que o seu nascimento é virginal, Não estando ligado a Adão por nascimento. Eis o motivo de em todos os credos ser enfatizado o nascimento virginal de Jesus Cristo.
Ao estudar este nobre assunto que é a Cristologia, pude perceber que na História da Igreja do Novo testamento tem se levantado diversos ponto de vista sobre a pessoa de Jesus, ou seja várias cristologias. Por isso foi preciso vários concílios para estabelecer a verdadeira doutrina bíblica sobre Jesus.

CRISTOLOGIAS HERÉTICAS


  1. Docetismo
*Produto de um tipo primitivo de filosofia Gnóstica; 1º século

*Da palavra grega dokeo, "parecer, aparentar"
*Ensino distintivo: Cristo simplesmente parecia humano, um fantasma ou aparência de alguma espécie, Sua aparência física não era real.

2. Ebionismo (2º século)
*Negação da Deidade de Cristo.

3. Monarquianismo (Sabelianismo, Modalistas, Patripassianismo; 3º século)
* Deus existe em três modos diferentes (Pai, Filho, Espírito Santo), mas somente de um modo por vez.

4. Monarquianismo (Sabelianismo, Modalistas, Patripassianismo; 3º século)
*Deus existe em três modos diferentes (Pai, Filho, Espírito Santo), mas somente de um modo por vez.

5. Arianismo (início do 4º século; moderna Testemunhas de Jeová)
*Negação da Deidade de Cristo; Cristo é o mais o alto de todos seres criados
*Condenado pelo Concílio de Nicéia, 325

6. Apolinarianismo (4º século)
*Jesus tinha um corpo, mas este não era de forma alguma como o nosso
*Condenado pelo Concílio de Constantinopla, 381

7. Nestorianismo (5º século)
*Grande ênfase no fato do corpo físico de Jesus

*Uma reação ao Apolinarianismo

*Condenado pelo Concílio de Éfeso, 431

8. Eutiquianismo (Monofisismo; 5º século)
*Uma confusão da deidade e humanidade de Jesus, a combinação produziu uma natureza totalmente diferente

*Condenado pelo Concílio de Calcedônia, 451

9. Socinianismo (final do 16º século; moderno Unitarianismo)
*Negação da Deidade de Cristo

10. Mormonismo
*Cristo é o “filho espiritual de Deus”
*Cristo é “um Deus” mas não com plena deidade no sentido Trinitariano

11. Ciência Cristã
*Cristo não teve um corpo real
*Jesus e o Cristo são pessoas distintas

12. O Caminho Internacional
*Negação da Deidade de Cristo

13. Protestantismo Liberal
*Basicamente Sociniano
* Várias teorias de "kenosis" (doutrina que ensina que Jesus renunciou sua natureza divina para se tornar homem).

Podemos observar irmãos que existem diversas ideologias e até especulações sobre a pessoa de Jesus Cristo. Mas qual delas estaria certa, ou melhor qual deve ser a Cristologia verdadeira? Para explicar isso gostaria de expor para todos o Credo Apostólico e o Credo de Niceno, onde encontramos uma confissão de fé genuinamente evangélica e ortodoxa.


“Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao Céu; está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos”. Credo Apostólico, 2º parágrafo 


“Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado não criado, consubstancial ao Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas.


E, por nós, homens, e para a nossa salvação, desceu dos céus, e encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as escrituras; E subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai. E de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim”. - Credo Niceno, 2º parágrafo 



Não nos resta dúvida que em Cristo Jesus Deus se revela a humanidade e cumpre sua obra redentora, concluímos, portanto, com a citação de Blaise Pascal:

“Jesus é um Deus de quem podemos aproximar-nos sem orgulho e diante de quem podemos humilhar-nos sem desespero”.

SOLI DEO GLÓRIA.

Nenhum comentário:

Postar um comentário