sexta-feira, 27 de junho de 2008

Martinho Lutero

Comentário do Filme
MARTINHO LUTERO


Pb. Carlos Rogério Alves
Bacharel em Teologia

“Qualquer alemão consegue ler o que ele escreve.” Com essas palavras um dos cardeais se queixa diante do Papa pelo prejuízo que a igreja estava enfrentando. Esta queixa não era somente pela revolução liderada por Lutero, mas principalmente pelas suas obras literárias.
A literatura teve uma importância sem igual na reforma protestante liderada por Lutero. O mundo católico passava por um momento obscuro na sua história, no que diz respeito às obras literárias, principalmente as que iam de encontro à igreja católica. Os leigos, como eram chamados os fieis que não faziam parte do clero, eram vítimas fáceis de serem manipulados. Até porque a cultura literária não fazia parte da realidade que os mesmos estavam inseridos. Quem pouco lê, pouca capacidade crítica possui. Se um indivíduo é alienado da consciência crítica, logo, o mesmo será mais um com pouca capacidade de argumentação.
Com isso a Igreja Romana se tornava cada vez mais forte, por manipular a consciência dos seus membros. Através de panfletos, contendo mensagens do Papa ou de cardeais, a referida igreja conseguia arrecadar grande fortuna dos seus fieis, que pensavam estar ajudando a resgatar as almas dos seus ente queridos do purgatório. Numa certa manhã, uma senhora apresenta ao professor Lutero uma carta de indulgência assinada por um arcebispo. Pensando a mesma que a referida carta teria poder para libertar a alma da sua filha. Este fato fora imprescindível para fortalecer a sede por verdade que brotava do coração deste teólogo.


Finalmente uma luz no final do túnel. Lutero inicia sua jornada rumo à reforma teológica, equipado apenas com duas armas: a fé e a escrita. Com uma caneta na mão, e um papel esticado sobre a escrivaninha, Dr. Martinho Lutero começou a escrever as suas primeiras obras literárias. Dentre elas estavam as 95 teses, que questionavam a autoridade do Papa, além de combater a cobrança das indulgências. A literatura luterana proporcionou a seus leitores uma consciência crítica e uma mente aberta. O exemplo disso são aquelas pessoas que outrora eram alienadas e manipuladas, e depois passaram a indagar-se: “Se as indulgências são eficazes e o Papa é um homem piedoso, por que ele cobra pela aquisição das mesmas?” Visualizamos quão influente fora a arte literária no processo de conquista da opinião pública.
Concluímos, portanto, que a Reforma não teria tanto êxito se não sem a influência da literatura. Zurique, um dos amigos de Lutero corrobora quando diz: “Quero que os Holandeses sintam o que eu senti quando li a palavra pela primeira vez”. Sigamos o exemplo deste nobre teólogo, que para combater as heresias a dotou o papel e a caneta como as suas inseparáveis ferramentas. Por isso, mesmo depois de morto, Martinho Lutero ainda prega. “O justo viverá da Fé”.

Soli Deo Glória.

Nenhum comentário:

Postar um comentário