quarta-feira, 21 de maio de 2008

Todo Homem pode vir à Cristo?

Análise crítica do artigo:
“TODO HOMEM PODE VIR À CRISTO?



Dc. Carlos Rogério Alves
Seminarista



O texto em análise consiste num dos assuntos mais controversos e fascinantes do universo teológico. Todavia o autor se mostra completamente despreparado e pouco conhecedor da maior arte que um teólogo não pode desconhecer, a hermenêutica (arte de interpretar o texto). Por este motivo o escritor se contradiz em diversos parágrafos. Passaremos, portanto a refutar e criticar a tese do referido escritor tomando como base as suas próprias contradições.
Baseado no tema “Todo homem pode vir a Cristo?”, o teólogo C.D. Cole, reza que ninguém pode vir a cristo, se o Pai não o trouxer. Não podemos negar esta grande verdade bíblica e teológica. Não obstante, não concordamos com a tese de que “o homem não vem a Cristo porque a sua vontade está escravizada”, conforme ele advoga no terceiro parágrafo. Até porque se lermos João 6.40, veremos que o que está em apreço é a fé em Jesus para a salvação, ou a não-crença para perdição. Haja vista, se lermos todo o contexto, como a hermenêutica exige, veremos que Jesus falava com os judeus incrédulos. O escritor corrobora conosco ao se contradizer no primeiro tópico do 4º. Parágrafo: “Vir a cristo é crer em cristo”. Por isso que os que crêem vem a Cristo e os que não crêem não vem a Cristo. Os incrédulos (neste contexto, os judeus) não podiam vir a Cristo porque não criam nele.
Outrossim, no segundo tópico do quarto parágrafo, Cole tenta nos persuadir, distorcendo Lc. 14. 16-23. Dizendo que o rei relatado na parábola convidou a muitos para as bodas, porém os convidados não compareceram. E o mesmo conclui eloquentemente dizendo: “Meu convite pra ‘quem quiser’ trouxe alguém”? Não! Com esta analogia o escritor defende a tese de que o convite não atrai ninguém a Cristo, porque se o pecador recebe um convite, o mesmo poderá atender ou não, dependendo da sua vontade, e se a sua vontade está escravizada, logo, a sua resposta ao convite será negativa. À olho nu o eloqüente argumento de Cole parece ortodoxo, porém, quando analisado à luz da bíblia o mesmo se dissolve. Pois se o mesmo tivesse a coragem de analisar o contexto do capítulo 14 de Lucas, e fizesse um paralelo com Mateus 22.1-19, veria que Jesus se referia aos fariseus.
A mensagem verdadeira do texto é esta: os judeus rejeitaram a Jesus, porém, nós, gentios, o recebemos de corações abertos. João corrobora conosco dizendo: “veio para os que eram seus, porém os seus não o receberam, mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: AOS QUE CREÊM no seu nome. Os simpatizantes desta linha teológica a qual o escritor está inserido, poderia me responder: Os gentios só aceitam a Jesus porque foi incondicionalmente atraídos por Deus. Porém , nós refutamos com a seguinte indagação: será que Deus não teve poder de atrair também os judeus? E, se Deus deseja que todos se salvem, porque não atrai logo a todo mundo?
Concluímos, dizendo que não é a vontade do homem que está escravizada, e, sim, a sua natureza. Porque Não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Miserável homem que sou! (Rm 7.19-20 e 24), observamos neste texto que a vontade do homem é livre, porém a sua natureza é pecadora, por isso o mesmo não tem forças para cumprir a sua vontade. E a nossa crença é que neste momento a terceira pessoa da trindade entra em ação para dar forças ao pecador. Portanto, como advogado da genuína fé cristã e apostólica, peço a não crença nesta tese anti-bíblica e não-ortodoxa apresentada pelo teólogo supracitado.
AGUARDEM A CONTINUAÇÃO.....

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